6 de out. de 2007

perfect!

Perfeição?

Quem consegue?

O que vale mais: Uma obra renascentista ou um quadro abstrato?

O que lhe agrada mais aos olhos?

Uns diria que a perfeição nos traços renascentista é que é arte de verdade... Já alguns viriam além dos borrões abstratos e acreditariam que aquilo é perfeito!

Não se pode controlar isso... A perfeição é tudo!

Ela varia de acordo com os olhos que a vêem...

Existem pessoas que são consideradas aptas a julgar qualquer tipo de arte e dizer se uma é melhor que a outra ou vice-versa...

Para julgar as obras, essas pessoas levam em conta o estético, o tempo em que tais obras estão inseridas, o contexto histórico, etc... Mas será que elas conseguiriam julgar a perfeição em alguém?

Será que alguém é perfeito?

Quem nunca ouviu o famoso ditado popular: ‘Ninguém é perfeito!’

E se isso é um ditado popular, espalhado entre gerações e que todo mundo conhece porque ninguém reconhece isso no outro?

Por que procuramos sempre a perfeição no próximo?

Refletimos em outra pessoa o que gostaríamos de ter em nós mesmos?

Temos o direito de exigir que alguém seja perfeito?

Mas o que é a perfeição?

Van Gogh foi o precursor do movimento expressionista, um movimento que não estava interessado em retratar a realidade... Em sua época, Van Gogh nunca vendeu um quadro se quer! Morreu louco e sozinho, pois suas obras eram consideradas aberrações, pinturas medíocres...

Meras imperfeições!

Isso em sua época... Será que alguém seria capaz de dizer isso hoje?

Hoje ele é considerado um gênio e suas obras são grandes retratos da evolução artística humana!

Hoje elas são consideradas perfeitas...

Podemos considerar então que a perfeição está aos olhos de quem vê e quando vê?

Sim! Acredito que podemos considerar isso...

Talvez um amigo meu ontem nunca pudesse ser meu namorado hoje... ‘Nada a ver!’

Talvez o meu cabelo castanho de outrora nunca pudesse ser loiro hoje... ‘Não combina!’

Talvez na época não era condizente... Era imperfeito!

E como hoje pode ser de outro jeito?

É o vem-e-vai da sociedade... Sempre determinando o que é bonito, o que é feio, o que é certo, o que é errado e exigindo sempre da gente a inalcançável perfeição!

Nunca vamos alcançá-la... sabe por quê?

Porque o tempo não pára!

Ela (perfeição) muda em prol dele (tempo)... Juntos!

Nunca separados...

‘Da perfeição da vida... Por que prender a vida em conceitos e normas? O belo, o feio... O bom, o mau... Dor e prazer... TUDO afinal são formas e não degraus do ser.’

estranha???

Hoje me disseram que eu estou estranha!

‘Estranha como?’ Eu perguntei.

‘Não sei. Estranha!’

E como é uma pessoa estranha?

Uma pessoa feliz é estranha? Uma pessoa calada é estranha? Uma pessoa chateada é estranha?

O que é estranho? Ou melhor, reformulando a frase ‘O que lhe é estranho?’

Sentir-se estranho ou sentir alguém estranho seria sentir-se excluído ou excludente?

Seria ser tratado com indiferença, sentir-se deslocado, sentir-se envergonhado? Seja com alguém, ou com alguma situação ou com você mesmo?

Questiono-me se ser chamada de ‘estranha’ me preocupa...

Será que é o fato de eu achar a palavra pejorativa seria motivo de inquietação?

Mas ‘estranha’ pode ser algo descomunal, admirável e extraordinário!

E esses não são adjetivos ruins...

Acho que me preocupo mais com o fato de alguém que me conhece muito bem me dizer isso!

Talvez essa pessoa tenha percebido o meu humor de ontem... Quer queira, quer não, isso influencia o meu comportamento de hoje... Afinal, a gente cresce a aprende a cada dia!

Se for isso não vejo nada de pejorativo em ser chamada de ‘estranha’... Aliás, acho muito bom se essa pessoa percebeu isso, ela é uma pessoa que me conhece bem... Que sabe como eu sou normalmente e notou meu comportamento anormal, denominando-o de ‘estranha’...

Uma pessoa assim é especial... Uma pessoa singular!

Tão difícil isso hoje, não?!

Mas e se a pessoa disse isso realmente em tom pejorativo?

Aí o problema pode estar no pensamento dessa pessoa... Será que ela está me achando ‘estranha’ por que acredita não me conhecer mais? Será que ela está me achando censurável? Será que o ‘estranha’ significava ‘impróprio’?

Será que foi isso?

Uma pessoa tão amada por mim acharia isso da noite para o dia?

Sendo assim, me pergunto: ‘Será que ela prestou atenção no meu humor de ontem’? ‘Será que ela se importa’? ‘Será esta é a pessoa singular na minha vida?’

Não acredito que seja isso... Não pode ser!

Não quero acreditar nisso...

Mais uma vez prefiro acreditar que a culpa é minha...

Acho que não fui transparente... Posso ter agido de maneira opaca, quem sabe até oculta!

Acho que a pessoa não notou minha tristeza por culpa minha... Por descuido meu, por opção minha e agora me tornei ‘estranha’ aos olhos dela...

Tornar-se irreconhecível aos olhos de quem se ama é algo muito triste...

Não quero isso pra mim!

Quero ser eu mesma sem ter medo de represálias, sem ter medo de repressões, sem ter medo de ser ‘estranha’!

Mas quem é assim?

Ninguém!

Todo mundo se cala em algum momento, todo mundo finge em algum momento, todo mundo teme alguma má interpretação...

Acho que ser ‘estranho’ é ser totalmente sincero... É falar o que realmente pensa, é fazer algo que realmente queira... É ser você!

Isso é estranho...

Acho que ontem eu fui mesmo ‘estranha’... Ontem eu não fingi estar feliz, ontem eu não menti estar feliz... Ontem eu fiquei triste... Ontem eu fui eu! O ‘eu’ de ontem...

E quem sou eu para julgar alguém? Eu sou ninguém...

‘Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.’

um dia triste

Hoje eu não estou me sentindo bem...

Uma dor no peito, um nó na garganta, uma angústia...

Penso em tudo o que fiz para estar aqui!

As pessoas que conheci, as decisões que tomei, as responsabilidades que negligenciei e as verdades que escondi.

Hoje eu estou pensando nisso tudo...

Na vergonha que vou sentir se nada der certo... Na falta de meta na minha vida... No orgulho que eu talvez não vá poder dar...

Hoje eu estou triste...

Eu não queria estar aqui, eu não queria estar assim!

Eu queria ter levado a sério... Eu queria ter tido disciplina eu queria ter conseguido!

Mas eu não consegui... Eu me deixei levar... Eu não soube dizer ‘não’!

Todo mundo me diz ‘não’... Porque eu não consigo retribuir essa ‘gentileza’?

Por que eu tenho de fazer tudo por elas e não receber da mesma forma?

Eu sei que as pessoas são diferentes, que têm percepções diferentes, que têm prioridades diferentes e que a soma de tudo isso faz cada um agir de uma maneira singular e dar importância a determinadas coisas... Determinadas pessoas... Determinadas atitudes...

ATITUDE!

É isso que falta em mim... Atitude de não desistir!

De não largar nada no meio... Desde coisas simples até às coisas mais sérias!

Eu queria conseguir... Queria pensar no futuro! Queria tornar o futuro mais presente!

Mas não dá... E aí vem a conseqüência... Sempre ela!

Eu não consigo lidar com ela! Eu finjo que sim... Mas na verdade não consigo não!

Eu finjo estar tudo bem... Eu finjo não me incomodar... Eu finjo estar sempre feliz...

Eu finjo tanta coisa... Finjo ser simpática quando não quero, finjo que gosto de alguma coisa para não magoar alguém, eu finjo estar satisfeita, eu finjo estar calma...

Eu finjo tudo isso enquanto por dentro eu estou explodindo!

Quem quer estar ao lado de alguém REALMENTE sincero? Verdadeiro? Alguém que possa sempre dizer que está triste, que está magoado, que não está gostando, que está chateado... Quem? Ninguém... Ninguém suporta a realidade! Ninguém quer assumir isso...

Eu queria uma realidade paralela... Eu queria ter minha Pasárgada! ‘Aqui não sou feliz, lá a existência é uma aventura...’

Era isso que eu queria... Mas isso eu não posso ter!

O que tenho aqui é a ‘realidade dura e crua’... Cheia de momentos de prazer que eu escolhi viver, recheado de momentos de conflito que eu decidi participar e abarrotado de conseqüências que eu não consigo assumir!

É isso o que eu tenho... Isso é o que restou e não era nada disso que eu queria!

Talvez eu tenha feito só o que os outros queriam, talvez eu tenha escolhido caminhos traçados pelos outros, talvez eu tenha me apagado, talvez eu tenha sufocado os meus desejos mais íntimos... Tudo para fingir ser correta, tudo para seguir o fluxo, tudo para não ficar pra trás... Agora me pego perguntando: O que eu quero? Quando eu quero? Como eu quero?

Eu não sei mais... Eu sigo ordens! Tornei-me uma prisioneira...

Sem rebelião, sem revolta... Submissa e alheia aos acontecimentos.

‘Isso’ sou eu! Aqui, nesse mundo...

Mas em Pasárgada eu seria mais! ‘Lá em Pasárgada sou amigo do rei, terei a mulher que eu quero na cama que escolherei, vou-me embora pra Pasárgada!’

16 de jul. de 2007

Ameaçado de morte pelo call center

Aconteceu com Ângelo Chaves, um cliente da NET TV em São Paulo. Ele mesmo relata, com autorização para publicar no BrasilWiki. Em contato com o serviço de atendimento ao cliente da NET TV, que é feito de forma terceirizada por uma empresa chamada Contax, ele foi ameaçado de morte. Acompanhe a história.

"Aconteceu comigo no dia 11 de julho. Vejam que absurdo. Foi em um contato com o Call Center da NET TV. Hoje pela manhã estava com problemas de navegação e liguei no serviço de atendimento ao consumidor da NET. Uma funcionária grossa me atendeu. Discuti com ela, que não estava me atendendo da forma correta e eu ainda não estava concordando com os procedimentos adotados. Ela, o tempo todo, não usou do script de atendimento. Eu tenho aversão por operadores de telemarketing e tenho histórico de falta de paciência com essa espécie. Discutimos mesmo, não nego. Até que eu desliguei o telefone e deixei por isso mesmo. Uma hora depois eu recebo um e-mail com uma ameaça de morte. Detalhe: o e-mail de cadastro na NET é um que eu uso somente para contas e serviços, portanto, não é o meu e-mail pessoal.

O E-mail :

De: gt.cancela [mailto:******@uol.com.br]

Enviada em: quarta-feira, 11 de julho de 2007 06:47

Para: ******

Assunto: Para *************

Sr. *****, Venho por meio deste e-mail lhe informar que sua vida corre perigo, seu safado! Seria mais viável a ti que tomasse mais cuidado com seus atos para com o(a) próximo(a), pois suas atitudes não estão agradando a minha pessoa. E não adianta você procurar o rementente do e-mail, pois este é um e-mail frio. Deu trabalho segurar uma pessoa que estava a ponto de te pegar no seu endereço: Rua ******, n° ***, Apto ***, ****. Logo enviarei até umas fotos de sua residência para mostrar-lhe que não estou de brincadeira. Não sou criminoso, mas seus atos me levam a isso. Aguarde daqui a 7 dias que o sr. receberá um novo contato meu. Grato… aproveite bem seus dias. Obs: Cuidado com seus atos, pois você pode prejudicar também seus familiares, (Sr. ***ou Sra. ****). – nome dos meus pais.

.....

Bom, só resta agora esperar o que vai acontecer.Já estou procurando um bom advogado e vou registrar ocorrência. Segundo um advogado que me prestou alguns esclarecimentos: o e-mail configura o crime de ameaça previsto no artigo 147 do Código Penal. Comprovada a ligação deste com a CONTAX, ou que a mensagem partiu de um computador ligado à rede dela, pode-se exigir da NET danos morais por responsabilidade subsidiária, uma vez que uma de suas prestadoras de serviço permitiu que seus funcionários coletassem informações pessoais e as utilizassem criminosamente, fora do objetivo pelo qual foi concedida. E, por fim, o autor do e-mail será responsabilizado criminalmente".

Fonte

----------------------------------------------------------

Hauehuaehuaehaeuh me abstenho de qualquer comentário. Atentem só pra primeira linha do e-mail:

"Sr. *****, Venho por meio deste e-mail lhe informar que sua vida corre perigo, seu safado!"

Tentem adicionar uma entonação no "seu safado!" auehauehueh

11 de jul. de 2007

Aperta que vai

Quer resolver essa merda de aquecimento global? Todo mundo só fala nisso agora. Não vai ser com showzinho da Madonna nem do Marcelo D2 que isso vai se arrumar. E também não vai ser o Faustão, o Jô Soares, ou outro gordo qualquer pagando sapo em cadeia nacional. E nem aqueles trabalhos inúteis no jardim de infância, onde a professora tenta passar o drama da situação do planeta.

Afinal, a criança até que cresça, vire adulta e possa fazer alguma coisa de útil, ela terá de passar muitos dilemas na sua vida. A primeira transa, a primeira cerveja, o primeiro porre, o primeiro carro, a primeira batida, a primeira doença grave, a primeira vez que vai se perder num shopping, feira ou show. Enfim, vai ter problemas muito maiores pra pensar do que quanto gás carbônico ela emite por dia. Por mais que hoje ela esteja desenhando uma linda flor (ou um lindo garrancho), no futuro ela estará pouco se fodendo.

Então, o que fazer?! Simples... o que sempre resolveu tudo na história da humanidade: a ameaça, a coação, o constragimento.

Se o Governo anunciar que a partir de hoje estará montando um cadastro onde, no futuro, será possível determinar quanto uma pessoa poluiu o meio ambiente por ano de sua vida e anunciar também, que dependendo de sua taxa poluição/ano ela será privada de receber água (ou até mesmo oxigênio), aí eu quero ver quem não vai começar a se preocupar. Acho que até eu iria entrar na linha.

Você precisa comprar uma garrafa d'água que será tão rara como hoje em dia é o suco de tamarindo em latinha 350ml. Deverá ir ao CUPB (Cadastro Único de Poluidores no Brasil) pra tirar um Nada Consta de Poluição Agressiva.

Eles então vão analisar sua ficha. Quais carros dirigiu no decorrer desses anos todos, se era 1.0, 2.0, gasolina, diesel. Qual a sua quilometragem média. Quantas multas por jogar lixo na rua você recebeu. Quantas latas de óleo você já comprou. E quantas pilhas. Qual o gasto médio de energia elétrica. Quanto dura o seu banho. Qual o tipo da sua geladeira. E do seu desodorante. E até se você limpa a bunda com papel higiênico normal, reciclado ou água corrente.

"Sr. Astolfo, informamos que por ser flagrado em 12 de outubro de 2019 urinando em uma piscina pública (conforme foto em anexo), resta comprovado seu total descaso para com o meio ambiente, não sendo passível, portanto, de adquirir um galão de água mineral. Meramente para vossa sobrevivência, estaremos liberando em até 08 (oito) dias úteis um copo de 200ml.

Atenciosamente,

Rubervaldo P. Soares
Analista/CUPB"

6 de jul. de 2007

Shhxkichxckihxkichxik

Eu não entendo essas mulheres cheias de penduricalhos. Conseguem ostentar dois, às vezes três colares ao mesmo tempo, além de brincos e pulseiras. Que desnecessário!

A mulher anda que chega faz barulho. "Shhxkichxckihxkichxik". Você ouve de longe ela chegando. Faz o mesmo barulho quando eu pego as chaves de casa e fico balançando. Uma pessoa dessa devia ser proíbida de frequentar bibliotecas, cinema, teatro. Proíbida de transitar nas ruas depois das 22 horas. Quando ela dá um tchauzinho você pensa que tem um catador de latinha atrás de você.

Tem mulher que tem pulseira até no pé. O pior é que tem outra que ainda estimula. "Noooooooossa, que linda pulseirinha". Claro, claro. Não vende no modo silencioso, não?

A sujeita tem tanto colar que você não sabe se é vaidade ou castigo. "Minha filha, o que você fez de tão grave pra merecer isso?"

5 de jul. de 2007

Ladainhas

Estou farto de discutir banalidades. Principalmente de ouvi-las das outras pessoas, mesmo que não estejam falando comigo. Não quero mais discutir sobre o picles do Big Mac, se cai bem ou se não cai bem. "Fulano, você tira o picles?! Mas é a melhor parte!", "Ah, eu odeio picles, eu sempre tiro...". Francamente, não acho que seja um fator determinante na personalidade da pessoa. Não imagino no futuro, com o mundo à beira de um colapso, os governantes lançarem nota dizendo algo do tipo "Os cidadãos que comem picles terão direito ao abrigo anti-bombas que o Estado oferece. Aqueles que não comem, infelizmente terão de contar com a própria sorte".

Outra coisa que não me importa nem um pouco é quantos quilômetros por litro o seu carro faz. Eu não vou ficar triste se meu carro fizer menos (e também não iria procurar um mecânico) e nem feliz se fizer mais. Se você gosta dessas comparações você é um mal amado.

Não aguento mais as pessoas reclamando dos bancos. Das filas, das tarifas, o atendimento, etc. É ruim mesmo, é caro mesmo, enfiam a faca mesmo e pronto. A menos que você tenha coragem para iniciar uma revolução, conforme-se. Nota: você pode usar o banco só pra receber salário, se você ainda não fez isso e continua reclamando, alguma tendência masoquista você está desenvolvendo.

CERVEJA! Por que as pessoas gostam tanto de discutir qual a melhor marca? "Ah a Skol é a melhor, sem dúvida". "Não, mas na Bahia a Brahma é que domina. "Sim, mas a Skol ainda dá pra tomar mesmo que não esteja super gelada, a Brahma não". "Beleza, mas a Kaiser dá diarréia, todo mundo sabe". PEDE O RAIO DA CERVEJA QUE VOCÊ MAIS APRECIA E POUPE-NOS DA SUA OPINIÃO MEDÍOCRE, a menos que você seja um mestre cervejeiro.

3 de jul. de 2007

Estilo Pizza Hut

Não existe alimento mais frustrante que a ricota. Você está em um buffet razoavelmente elegante, salgadinhos dos tradicionais e dos sofisticados, quando de repente se aproxima uma bandeja suspeita e traiçoeira. Você dá uma encarada naqueles pãezinhos gordinhos, dá uma analisada no volume e conclui que ali deve haver muito recheio. Sua boca já cheia d’água, sua língua inquieta umedece os lábios secos. Automaticamente você começa a imaginar salsicha, lingüiça, queijo e presunto, frango com catupiry, etc. Você pergunta ao garçom do que se trata e ele, assim como todos os outros, responde em uma linguagem e com tom de voz quase sempre incompreensíveis. Você arrisca. Ao morder no meio o rechonchudo quitute, antes mesmo de tirar o que sobrou da boca para analisar seu conteúdo, já enruga a testa e revela no olhar toda a decepção que lhe abateu.

“Quem foi o imbecil que enfiou ricota nesses salgados? Por que não colocaram uma placa de perigo na testa desse garçom bandido? O que aconteceu com o presunto? Com o frango? A carne seca? Será que todos os bois, porcos e aves se rebelaram e organizaram um motim nas fazendas? É isso que justifica eu estar com ricota impregnando as frestas dos meus dentes?!”

Não precisa ser necessariamente um elegante buffet. Você está em um rodízio de massas agora. Eis que lhe é oferecida uma linda lasanha, suculenta, a mussarela por cima borbulha como quem diz “coma-me, coma-me muito”. E aí você, enganado, iludido, pede ao garçom que lhe sirva uma porção. É quando, distraído pela conversa que se dá na mesa, parte um pedaço daquela lasanha e sem verificá-lo leva a boca. Grande erro. Novamente sente falta de um presunto, frango, ou qualquer coisa que não fosse aquela pasta seca, insossa, e de textura intragável. A única explicação plausível pra isso acontecer é a seguinte:

- Chefe, acabou o presunto.
- E o frango?
-
Também. E a lingüiça, o salame, a carne moída, o espinafre, a banana, e até o jiló.
-
Então põe ricota. Danem-se.

E já que falei, outra coisa frustrante é o rodízio. De qualquer coisa. A gente sempre é derrotado pela comida. Não existe aquele momento que estouram fogos de artifício, piscam as luzes e gritam: “Você venceu! A Comida acabou, você é o mais novo campeão do Rodízio de Pizza do Restaurante Comilão!” O que existe é sempre uma cara de bunda sobre a mesa, com olhos imóveis encarando aquelas casquinhas da pizza que ninguém come, algumas cebolas, azeitonas e pimentões, além de um pedaço inteiro de pizza de ricota que foi renegado.

Pra tripudiar sobre sua derrota os garçons passam insistentemente te oferecendo mais e mais pizza. “Chocolate com banana, o senhor aceita?”, “Pizza de hot-dog”, “Manjericão com tomate seco”, “O senhor ‘frouxo em pessoa’ aceita calabresa apimentada?”

Chega um determinado momento que a impiedade dos garçons chega ao ápice, é quando eles olham pra sua cara, com um sorriso sarcástico no canto da boca e perguntam: “O senhor está satisfeito ou deseja algum pedaço especial?” Na verdade o que eles estão pensando é: “Meu amigo, eu tenho pena de você. Você vai ficar aí se lamentando ou vai dar lugar a outro competidor? Você é ridículo, não conseguiu chegar nem na pizza de palmito, deixou metade do nhoque no prato, e ainda põe a culpa no chopp, foi ele que te encheu, não foi? Você é lastimável. Não se atreva a voltar aqui nunca mais, dá próxima vez desafie um à la carte. O seu lugar é na Pizza Hut”.

26 de jun. de 2007

"Como Unha E Carne"

A expressão é usada há décadas (quiçá séculos) e quer dizer que são pessoas muito unidas, inseparáveis.... A expressão não faz o menor sentido, pra começo de conversa. 89% das mulheres que eu conheço pagam o equivalente a uma caixinha de cerveja para uma profissional justamente tirar a carne que fica lá grudada na unha, que também é conhecida como cutícula (a expressão é usada por algumas pessoas como “unha e cutícula” também), o que faz o significado da expressão cair por terra. Ninguém, na verdade quer o carne tão junto assim, da unha. Às vezes elas (as profissionais) não são assim, tão profissionais e tiram além da cutícula uma parte da carne que deveria ter continuado lá no dedo... é quando falamos que ela “tirou um bife”. Dói, e sangra e normalmente acaba com toda aquela manicure que a gente tava fazendo, mas a gente tem que pagar mesmo assim. Ela passa uma tal de “pedra ume” que faz parar de sangrar, lixa, passa base, esmalte, outra camada de esmalte, talvez um cintilante (brilho é sempre bom!), limpa as beiradinhas com acetona (as partes com o “bife” nessa hora nos fazem ver estrelas de dor), e depois passa um óleo secante (que não seca nada, só meleca tudo, mas tem que passar). Pronto. Essa é um das formas de cuidar das unhas. Talvez a mais cara, dolorosa e trabalhosa... Porém higiênica.

A expressão do título pode passar a fazer sentido, no entanto, se o “como” passar a ser o verbo comer no presente, primeira pessoa do singular.

É que existe uma outra forma de se tratar das unhas que é praticamente um exercício de autofagia que consiste em você comer as suas próprias unhas. Elas ficam curtas, muito curtas mesmo. Algumas pessoas praticantes dessa modalidade chegam a comer pedaços dos dedos... As pessoas vão, de fato, ficando com os dedos cada vez mais curtos... É feio! Mas é muito eficaz quando você está nervoso e precisa de uma válvula de escape e não tem um cigarro, por exemplo. Eu já ouvi dizer que essas pessoas, que comem pedaços delas mesmas, correm mais riscos de ter apendicite. Aparentemente, o apêndice serve pra guardar pedaços comidos de unha, a casquinha do milho da pipoca e pra te dar apendicite. Viu? E ainda dizem que ele não tem uma função...

Pois bem, mas tem uma variação dessa modalidade autofágica que consiste na pessoa cuidadosamente cortar as unhas com os dentes, cuspir a lasca de unha fora e depois, ainda com os dentes, ir dando umas lixadas nas unhas pra que elas não fiquem com aquelas pontinhas que se prendem nas roupas. Aí, é assim, a pessoa corta a unha, cospe fora o pedacinho e passa a mão na blusa. Havendo algum tipo de atrito, raspa-se a unha perpendicularmente em um dos dentes da frente, e testa de novo na blusa até conseguir o resultado perfeito. Essa modalidade só pode ser considerada meio-autofágica, já que o cidadão só engole as raspas da unha.

Existem ainda, as pessoas que arrancam as unhas com as próprias unhas. Elas vão desfiando a unha, e a tirando por camadas. Essa modalidade funciona muito bem nas unhas dos pés inclusive e proporciona uma sensação muito agradável, segundo os seus praticantes, principalmente quando se faz distraído e assistindo televisão (além dessa modalidade, somente a manicura é recomendada para as unhas dos pés, mas enfim, façam o que quiser). Tem a grande vantagem de não haver contato com a boca (a pessoa só engole a unha se der um ataque de ansiedade e resolver por conta e risco pegar as lascas de sua própria unha que vão estar espalhadas pelo sofá ou pelo chão da sala e fazer delas um chiclete). Porém tem duas desvantagens que devem ser consideradas. A primeira é que as beiradinhas das unhas quase nunca conseguem ser arrancadas, e aí tem que se recorrer aos objetos do tipo tesoura, cortadores de unha (vulgos TRIM) ou alicates, pois elas (as beiradinhas) incomodam um bocado. A outra é que, há relatos de a sensação de se arrancar a própria unha com as próprias unhas ser tão boa que a pessoa não se controla e acaba se machucando, arrancando mais unha do que devia.

Agora, ainda tem aquelas pessoas que mesmo com todos esses métodos disponíveis, preferem deixar suas unhas crescerem ao leu, sem nenhum cuidado especial... Para essas pessoas só mesmo camisa de força, por que sinceramente, não existe nada mais nojento no mundo do que você querer apertar a tecla D do seu teclado e a sua unha por vontade própria e apertar o E. Você tentar mandar uma mensagem no seu celular e não conseguir escrever uma palavra sequer por que a sua unha insiste em apertar a tecla de cima. Ou então quando você vai pegar um isqueiro na mesa do Valdeci e todas as sujerinhas da mesa se alojam embaixo da unha, ou pior (será?), quando você está suado e coça suas costas e suas unhas voltam cheias de uma massinha, que nada mais é que pele morta com suor. Não há, não existe nada mais nojento em todo o mundo. Me dá náuseas!

Este texto é uma colaboração da ilustre amiga Juliana. Apesar de reiteradas vezes ser convidada a participar deste humilde projeto, por enquanto ela prefere andar com as próprias pernas.

25 de jun. de 2007

Globalização

Cameron Diaz se desculpa por usar bolsa com frase ofensiva (notícia completa)


"(...) Em sua passagem pelo país nesta sexta-feira, em que visitou as ruínas de Machu Picchu, a atriz foi fotografada com uma mochila verde com a inscrição "sirva o povo", em chinês. (...)

A frase de Mao Tsé Tung, líder da República Popular da China de 1949 até 1976, ficou conhecida como inspiração para o grupo terrorista Sendero Luminoso, que matou mais de 80 mil pessoas no Peru nas décadas de 70 e 80."

Uma atriz americana, neta de imigrante cubano, com uma bolsa comprada na China, ofende cidadãos peruanos em Machu Picchu, o que vira notícia aqui no Brasil. Vai, globaliza essa merda desse planeta pra ver no que vai dar! Globaliza!

22 de jun. de 2007

A beleza do caos

Eu quero me manifestar sobre essa tal crise aérea, espero que não me prendam. É que depois que eu fiquei sabendo que os passageiros andam gozando nos aeroportos (acatando recomendações superiores) o assunto passou a me interessar.


Se você pensar bem vai acabar gozan- Digo, acabar concordando que trata-se de um problema onde o único culpado é o acaso. Ok, talvez o destino seja um potencial comparsa.


O acaso vira pro destino e diz:


-- Vamos sacanear o povo brasileiro?


-- Ebaaa! Eu adoro sacanear o Brasil!!


-- Então vamos começar, eu levo a VASP à falência.


-- E eu a Varig!!!


-- Eu derrubo um avião da Gol.


-- Eu ponho dois americanos imbecis nessa história! Eles odeiam americanos!


-- Ok, aí a gente põe um monte de feriado na quinta e na sexta, pra bombar de gente querendo viajar!


-- E a gente faz a Gol fazer promoções de 50 reais.


-- Boa! Eu crio um buraco negro nos radares do Cindacta 1.


-- Ótimo, e que tal a gente colocar uns deputados bem imprestáveis que não consigam conduzir uma CPI?


-- Perfeito, perfeito! Estou ficando excitado. E depois? A gente derruba outro avião?!


-- Não, não. A gente faz o Pan 2007 no Rio de Janeiro.


-- YUHUUU! RIO QUARENTA GRAUS!


-- CIDADE MARAVILHA PURGATÓRIO DA BELEZA E DO CAOS!!


Profecia mesmo

Iris sobre Alemão: 'Não podia continuar namorando quem diz todos os dias que não me ama' (notícia completa)

Que coisa, não? Será que o Alemão leu meu post (ou, mais provável, minha mente) e decidiu enfim abandonar a filial do inferno em que estava vivendo? Isso foi literalmente uma profecia.

Mas... que coisa, não? A pobre da Iris não tem mesmo força de vontade, determinação, persistência, ou qualquer palavra bonita. Desistiu só porque o camarada todo santo dia dizia (senão gritava, claro) "Eu não te amo sua baranga, me deixe em paz".

Que fraqueza de espírito, Iris. Qualquer ser humano normal ficaria mais dez ou quinze anos sendo humilhado dessa forma, você não aguentou um semestrezinho. É por essa falta de empenho que você de fato não merecia ganhar o Big Brother. E já que tá na moda, relaxa e goza.

20 de jun. de 2007

Curtas - 2

Atendendo sugestões da Excelentíssima Ministra do Turismo:













Vamos todos de forma organizada, paciente e sem culpa, relaxar e gozar! Porque a vida é agora! Mas seu vôo, meu amigo, só Deus sabe...
Eu mesmo já relaxei e gozei 3 vezes em pleno aeroporto esse ano. Só não fumei meu cigarrinho porque é proibido dentro dos aeroportos.
P.S.: Recebi por e-mail, não sei quem fez. Se quiser os créditos, me avise. Ou então, relaxe e goze :-D

19 de jun. de 2007

LOST

Você gosta de Lost? Gosta da Kate? Quer saber como vai terminar a série?



Então, foda-se.
(não resisti)

Fio Dental

Eu não gosto de gente que usa fio dental. Não tenho paciência. Será que o camarada não tem nada mais importante a fazer do que ficar naquela esfregação com os dentes? Perdem-se horas nessa prática descabida.


Nosso tempo é precioso demais, e já o gastamos muito com escovação, dentistas, flúor, bochecho com isso, bochecho com aquilo. Agora, fio dental?!


Sinceramente, eu não me incomodo nem um pouco com os resíduos que ficam entre meus dentes, mesmo depois de escová-los. Ora, mérito o deles! Se aquele pedacinho de feijão foi esperto o suficiente pra se esconder entre meus molares, “onde a escova nunca alcança”, por que EU irei perder meu tempo numa caçada insaciável e desmedida? Deixa ele lá, quieto, a procura de um arroz que o faça feliz.


E com todo esse pensamento prático com que fui abençoado, entro no banheiro do trabalho cheio de más intenções (daquelas que se tem depois do almoço), quando me deparo com um “colega” passando fio dental nos dentes!


Minha privacidade de emitir ruídos de toda espécie fica cerceada pela compulsão do nobre colega, que permanecerá debruçado naquela pia por mais quinze ou vinte minutos (uma eternidade pra quem está mal intencionado).


O que acontece? Sucumbindo a um chamado da natureza, você não resiste e se desfaz no sanitário. Ao sair, é fuzilado pelos olhares incriminadores daquele cidadão do fio dental. Por Deus! Será que ele não entende que defecar é prioritário e passar fio dental na merda da boca é secundário? “Meu amigo, se não gostou do aroma e nem da sinfonia, da próxima vez vá fazer sua higiene bucal na puta que o te pariu!”

Re: Fondue & Vinho

Realmente é de suma importância essa questão das cores dos "garfinhos". Imagine, por exemplo, o dilema que vive um daltônio à mesa de fondue. Ele põe o suculento pedaço de filet no óleo e a partir daí não pode mais tirar o olho do seu espeto, mal pode piscar. Porque se ele se distraí nunca mais poderá identificar o seu espeto novamente e passará pelo constrangimento de afanar o espeto alheio.

Pior ainda, imagine o dilema que passa o ceguinho. Além de demorar quinze minutos pra conseguir espetar a carne no espeto, mais quinze pra acertar o espeto na panela de óleo, ainda terá que ficar segurando o espeto até a carne ficar no ponto, do contrário, jamais poderá ter certeza que está comendo realmente a carne que queria. E convenhamos, ninguém gostar de morder um frango quando está esperando um filet.

Vamos mais longe: imagine o dilema que passa o ceguinho aleijado, desprovido dos dois braços. Pra ele é basicamente impossível pegar o espeto certo, a não ser que disponha de um escravo fiel digno de uma confiança descomunal.

Enfim, cada espeto, além de ter sua própria cor, devia ter seu próprio formato, com letras de "A" a "Z" (inclusive em braile), um peso diferente e, por que não, um sistema de reconhecimento de voz.

Mas aí, o que seriam dos mudos?

16 de jun. de 2007

Re: Fondue & Vinho



Como se não bastassem as gotas assassinas de óleo que insistem em pular nas suas mãos, braços e onde mais estiver ao alcance, há a situação chata das cores secretas dos espetinhos. Digo secretas pois parece que só você vê.

Quem nunca ficou 5 minutos preparando aquele duplo de carne e frango com esmero, se certificando de que estavam bem grudados pra não cair, colocou num ponto estratégico da panela e pacientemente esperou a bagaça fritar, para que um FDP qualquer pegasse na maior cara de pau e ainda soltasse:

- Porra, esse aqui tá bom mesmo!

Ao passo que, com o humor se esvaindo:

- Tá bom mesmo filho da puta? Tá bom mesmo? Porque você não faz o seu então, zé ruela? O MEU ESPETO ERA O VERDE! VOCÊ NÃO VIU QUE O MEU ERA O VERDE? VOCÊ NÃO VIU?

E o ladrão, com toda cara de pau que lhe é peculiar:

- O meu também é verde.

A gente arrisca a pele (literalmente) fazendo um mísero espetinho que vai embora em 2 mordidas, espera ansiosamente e ainda tem que ouvir isso? Cadê a parte romântica? As cores significam algo? Porque os garçons não trazem todos de cores diferentes? Não existem cores suficientes no mundo? Porque as pessoas não prestam atenção nos seus espetos?

Definitavemente, fondue não é romântico. Isso sem mencionar que, depois de todo o processo doloroso de preparar a micro-refeição, existe ainda a grande possibilidade da comida cair no mar de óleo assassino quando você vai puxar.

Curtas - 1



Em certo lugar, um matador paraguaio:
- Yo soy paraguayo e vim para te matar!!!
A vítima:
- Para quê?
O matador:
- Paraguayo.



Haha. Sem criatividade hoje.