Dicas úteis (é de graça)

A menos que você vá fantasiado de Bin Laden ou algum outro personagem da Disney, o que decidirá realmente se você será aprovado ou não em um emprego é a ENTREVISTA. Portanto, é fundamental ter calma e sangue frio, ser suave e calculista.
Primeiramente, jamais chore ou dê gargalhada. Se ele (o entrevistador) perguntar como você classificaria sua vida atualmente, não chore. Pense em lírios brancos, sorria e, na ausência de coisas positivas pra se falar juntamente com a falta de coragem pra mentir, dê um suspiro profundo, reforce o sorriso, prenda o choro, e cale-se. Ele vai se contentar.
Pretensão salarial. Se você disser um valor muito baixo ele vai te remanejar para a fila do Bolsa Família. Exagere, mostre todo o valor que você tem e ninguém ainda foi capaz de enxergar. Mas sem prepotência. Não se deve dizer “Quinze milhões”, o certo é “Em torno de quinze milhões de reais, não menos que treze”.
Mas lembre-se, na sua atual miserabilidade quaisquer quinhentos reais tá valendo. Esse negócio de milhões é só pra arriscar, vai que funciona. Mas sem abaixar a cabeça. “O nosso cargo oferece R$ 645,00 e benefícios”, “Tudo bem, eu posso esperar a ascensão profissional”.
Dinâmica de grupo é fácil, é só você falar tanto, tanto, tanto, que não dá tempo de ninguém falar mais nada. É assim que os vencedores (e os lobos) fazem. Se você não quer ser ovelha, comece a falar pelos cotovelos. Se bem que lobos não falam. É... mas eles comem as ovelhas.
Por último, aquela famosa situação embaraçosa onde o entrevistador pede dois ou três qualidades e dois ou três defeitos. Esse é o momento chave de garantir o seu emprego, e para isso existem várias opções.
A começar pelo que não deve ser dito: Perfeccionista. Perfeccionistas são pessoas chatas, enjoadas, teimosas, ranzinzas e insuportáveis, ou seja, você quis dizer uma característica e acabou revelando uma dúzia de defeitos.
Pró-ativo. Que diabos é pró-ativo? O cara tá querendo um funcionário e não um produto de limpeza. Sejamos originais, o que pode ser dito:
(a) Ressalte a si mesmo.
Você: Eu sou bonito, inteligente e astuto.
Ele: Tá, tá, tá. E os defeitos?
Você: Às vezes eu exagero um pouco.
(b) Escape daquele trabalho que você não quer fazer.
Você: Comunicativo, criativo e qualquer coisa-ivo (menos taxativo)
Ele: Ok, e seus defeitos?
Você: Eu odeio telemarketing, tenho alergia a máquina de xerox e pavor de andar pr´um lado e pro outro.
(c) Deixe claro como você quer que as coisas funcionem.
Você: Sou facilmente entusiasmo por um bom salário, adoro um cafezinho fora de hora e sei me impor diante do chefe.
Ele: ...
Você: E os meus defeitos são que eu sempre deixo o serviço pela metade, não consigo acordar cedo e de vez em quando posso esbofetear quem me chama à atenção.
(d) Faça ele sentir pena de você.
Você: Eu sou sensível, carinhoso e delicado. Mas por outro lado, sou azarado, manipulável e carente.
(e) Deixe fluir.
Você: Bom, é difícil destacar apenas três das minhas qualidades, mas vamos lá. Eu sou poderoso, bem sucedido e bem relacionado.
Ele: Então o que é que você tá fazendo aqui?
Você: É que eu também sou megalomaníaco e mentiroso.
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