19 de jun. de 2007

Fio Dental

Eu não gosto de gente que usa fio dental. Não tenho paciência. Será que o camarada não tem nada mais importante a fazer do que ficar naquela esfregação com os dentes? Perdem-se horas nessa prática descabida.


Nosso tempo é precioso demais, e já o gastamos muito com escovação, dentistas, flúor, bochecho com isso, bochecho com aquilo. Agora, fio dental?!


Sinceramente, eu não me incomodo nem um pouco com os resíduos que ficam entre meus dentes, mesmo depois de escová-los. Ora, mérito o deles! Se aquele pedacinho de feijão foi esperto o suficiente pra se esconder entre meus molares, “onde a escova nunca alcança”, por que EU irei perder meu tempo numa caçada insaciável e desmedida? Deixa ele lá, quieto, a procura de um arroz que o faça feliz.


E com todo esse pensamento prático com que fui abençoado, entro no banheiro do trabalho cheio de más intenções (daquelas que se tem depois do almoço), quando me deparo com um “colega” passando fio dental nos dentes!


Minha privacidade de emitir ruídos de toda espécie fica cerceada pela compulsão do nobre colega, que permanecerá debruçado naquela pia por mais quinze ou vinte minutos (uma eternidade pra quem está mal intencionado).


O que acontece? Sucumbindo a um chamado da natureza, você não resiste e se desfaz no sanitário. Ao sair, é fuzilado pelos olhares incriminadores daquele cidadão do fio dental. Por Deus! Será que ele não entende que defecar é prioritário e passar fio dental na merda da boca é secundário? “Meu amigo, se não gostou do aroma e nem da sinfonia, da próxima vez vá fazer sua higiene bucal na puta que o te pariu!”

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