6 de out. de 2007

estranha???

Hoje me disseram que eu estou estranha!

‘Estranha como?’ Eu perguntei.

‘Não sei. Estranha!’

E como é uma pessoa estranha?

Uma pessoa feliz é estranha? Uma pessoa calada é estranha? Uma pessoa chateada é estranha?

O que é estranho? Ou melhor, reformulando a frase ‘O que lhe é estranho?’

Sentir-se estranho ou sentir alguém estranho seria sentir-se excluído ou excludente?

Seria ser tratado com indiferença, sentir-se deslocado, sentir-se envergonhado? Seja com alguém, ou com alguma situação ou com você mesmo?

Questiono-me se ser chamada de ‘estranha’ me preocupa...

Será que é o fato de eu achar a palavra pejorativa seria motivo de inquietação?

Mas ‘estranha’ pode ser algo descomunal, admirável e extraordinário!

E esses não são adjetivos ruins...

Acho que me preocupo mais com o fato de alguém que me conhece muito bem me dizer isso!

Talvez essa pessoa tenha percebido o meu humor de ontem... Quer queira, quer não, isso influencia o meu comportamento de hoje... Afinal, a gente cresce a aprende a cada dia!

Se for isso não vejo nada de pejorativo em ser chamada de ‘estranha’... Aliás, acho muito bom se essa pessoa percebeu isso, ela é uma pessoa que me conhece bem... Que sabe como eu sou normalmente e notou meu comportamento anormal, denominando-o de ‘estranha’...

Uma pessoa assim é especial... Uma pessoa singular!

Tão difícil isso hoje, não?!

Mas e se a pessoa disse isso realmente em tom pejorativo?

Aí o problema pode estar no pensamento dessa pessoa... Será que ela está me achando ‘estranha’ por que acredita não me conhecer mais? Será que ela está me achando censurável? Será que o ‘estranha’ significava ‘impróprio’?

Será que foi isso?

Uma pessoa tão amada por mim acharia isso da noite para o dia?

Sendo assim, me pergunto: ‘Será que ela prestou atenção no meu humor de ontem’? ‘Será que ela se importa’? ‘Será esta é a pessoa singular na minha vida?’

Não acredito que seja isso... Não pode ser!

Não quero acreditar nisso...

Mais uma vez prefiro acreditar que a culpa é minha...

Acho que não fui transparente... Posso ter agido de maneira opaca, quem sabe até oculta!

Acho que a pessoa não notou minha tristeza por culpa minha... Por descuido meu, por opção minha e agora me tornei ‘estranha’ aos olhos dela...

Tornar-se irreconhecível aos olhos de quem se ama é algo muito triste...

Não quero isso pra mim!

Quero ser eu mesma sem ter medo de represálias, sem ter medo de repressões, sem ter medo de ser ‘estranha’!

Mas quem é assim?

Ninguém!

Todo mundo se cala em algum momento, todo mundo finge em algum momento, todo mundo teme alguma má interpretação...

Acho que ser ‘estranho’ é ser totalmente sincero... É falar o que realmente pensa, é fazer algo que realmente queira... É ser você!

Isso é estranho...

Acho que ontem eu fui mesmo ‘estranha’... Ontem eu não fingi estar feliz, ontem eu não menti estar feliz... Ontem eu fiquei triste... Ontem eu fui eu! O ‘eu’ de ontem...

E quem sou eu para julgar alguém? Eu sou ninguém...

‘Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.’

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