6 de out. de 2007

um dia triste

Hoje eu não estou me sentindo bem...

Uma dor no peito, um nó na garganta, uma angústia...

Penso em tudo o que fiz para estar aqui!

As pessoas que conheci, as decisões que tomei, as responsabilidades que negligenciei e as verdades que escondi.

Hoje eu estou pensando nisso tudo...

Na vergonha que vou sentir se nada der certo... Na falta de meta na minha vida... No orgulho que eu talvez não vá poder dar...

Hoje eu estou triste...

Eu não queria estar aqui, eu não queria estar assim!

Eu queria ter levado a sério... Eu queria ter tido disciplina eu queria ter conseguido!

Mas eu não consegui... Eu me deixei levar... Eu não soube dizer ‘não’!

Todo mundo me diz ‘não’... Porque eu não consigo retribuir essa ‘gentileza’?

Por que eu tenho de fazer tudo por elas e não receber da mesma forma?

Eu sei que as pessoas são diferentes, que têm percepções diferentes, que têm prioridades diferentes e que a soma de tudo isso faz cada um agir de uma maneira singular e dar importância a determinadas coisas... Determinadas pessoas... Determinadas atitudes...

ATITUDE!

É isso que falta em mim... Atitude de não desistir!

De não largar nada no meio... Desde coisas simples até às coisas mais sérias!

Eu queria conseguir... Queria pensar no futuro! Queria tornar o futuro mais presente!

Mas não dá... E aí vem a conseqüência... Sempre ela!

Eu não consigo lidar com ela! Eu finjo que sim... Mas na verdade não consigo não!

Eu finjo estar tudo bem... Eu finjo não me incomodar... Eu finjo estar sempre feliz...

Eu finjo tanta coisa... Finjo ser simpática quando não quero, finjo que gosto de alguma coisa para não magoar alguém, eu finjo estar satisfeita, eu finjo estar calma...

Eu finjo tudo isso enquanto por dentro eu estou explodindo!

Quem quer estar ao lado de alguém REALMENTE sincero? Verdadeiro? Alguém que possa sempre dizer que está triste, que está magoado, que não está gostando, que está chateado... Quem? Ninguém... Ninguém suporta a realidade! Ninguém quer assumir isso...

Eu queria uma realidade paralela... Eu queria ter minha Pasárgada! ‘Aqui não sou feliz, lá a existência é uma aventura...’

Era isso que eu queria... Mas isso eu não posso ter!

O que tenho aqui é a ‘realidade dura e crua’... Cheia de momentos de prazer que eu escolhi viver, recheado de momentos de conflito que eu decidi participar e abarrotado de conseqüências que eu não consigo assumir!

É isso o que eu tenho... Isso é o que restou e não era nada disso que eu queria!

Talvez eu tenha feito só o que os outros queriam, talvez eu tenha escolhido caminhos traçados pelos outros, talvez eu tenha me apagado, talvez eu tenha sufocado os meus desejos mais íntimos... Tudo para fingir ser correta, tudo para seguir o fluxo, tudo para não ficar pra trás... Agora me pego perguntando: O que eu quero? Quando eu quero? Como eu quero?

Eu não sei mais... Eu sigo ordens! Tornei-me uma prisioneira...

Sem rebelião, sem revolta... Submissa e alheia aos acontecimentos.

‘Isso’ sou eu! Aqui, nesse mundo...

Mas em Pasárgada eu seria mais! ‘Lá em Pasárgada sou amigo do rei, terei a mulher que eu quero na cama que escolherei, vou-me embora pra Pasárgada!’

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